5 Exercícios de Pilates em que a Respiração Controlada Transforma Resultados
- Janaína Cintas
- 1 de ago.
- 3 min de leitura

Por Janaína Cintas
Se você já sentiu que sua aula de Pilates não fluiu como deveria, mesmo com um bom repertório, talvez o que faltou foi um detalhe que Joseph Pilates jamais deixaria de lado: a respiração.
Respirar é automático. Mas, no Pilates, é intencional. É por meio dela que conseguimos acessar o centro do corpo, organizar o movimento de dentro para fora e alcançar os resultados que nossos alunos e pacientes esperam, sejam eles de reabilitação ou de condicionamento físico.
Mais do que oxigenar tecidos, a respiração correta melhora o foco, a estabilidade lombo-pélvica, modula o tônus e ajuda a prevenir sobrecargas articulares. A seguir, você vai conhecer 5 exercícios clássicos do solo (Mat Pilates) em que a respiração controlada é decisiva, seja para aumentar a ativação muscular, preservar a coluna ou construir fluidez no movimento.
1. The Hundred: Respiração como base da ativação
Logo no início da aula, este exercício já entrega muito: aquece o corpo, ativa o centro, estimula o foco e prepara o sistema circulatório. Mas nada disso acontece se a respiração não for bem executada.
Como orientar: peça que o aluno inspire por 5 batidas de braço e expire pelas outras 5. O padrão de 10 ciclos respiratórios coordena ritmo, oxigenação e tônus.
O que observar clinicamente:
Respiração lateral costal (sem tensionar o pescoço);
Ativação do abdome profundo durante a expiração;
Controle postural para evitar tensão nos flexores de quadril.
Correção funcional: se o aluno prende o ar ou respira no peito, reposicione a escápula e utilize feedbacks táteis no gradil costal.
2. Roll-Up: Fluidez que nasce da respiração
Muito mais do que um abdominal, o Roll-Up é um exercício de mobilidade segmentar da coluna. A respiração não apenas acompanha o movimento, ela o conduz.
Como orientar: inspirar deitado, iniciar a expiração profunda ao elevar a cabeça e enrolar a coluna. Inspirar no topo do movimento e expirar ao retornar vértebra por vértebra.
O que observar clinicamente:
Controle excêntrico do tronco durante a descida;
Ausência de impulso nos ombros;
Ativação abdominal sem compensações cervicais.
Correção funcional: alunos com rigidez lombar podem compensar com os ombros — nesses casos, modular a respiração ajuda a liberar a cadeia posterior.
3. Single Leg Stretch: Estabilidade dinâmica que exige precisão
Um clássico abdominal que aparenta simplicidade, mas que exige muita organização do centro. A respiração aqui serve como âncora de estabilidade.
Como orientar: inspirar trocando as pernas, expirar enquanto mantém o tronco elevado e estabiliza a pelve.
O que observar clinicamente:
Dissociação correta dos membros inferiores;
Estabilização do tronco e cervical;
Evitar “balanço” do tronco ou da pelve durante as trocas.
Correção funcional: oriente a expiração como um “sopro ativo” para aprofundar a parede abdominal e evitar sobrecarga na lombar.
4. Saw: Quando respirar expande mobilidade
Exercício fundamental para liberar a caixa torácica, melhorar a mobilidade da coluna torácica e integrar o alongamento das cadeias musculares posteriores.
Como orientar: inspirar ao alongar a coluna, expirar profundamente ao girar e alcançar o pé oposto. A respiração aqui dá ritmo, libera tensões e facilita a rotação.
O que observar clinicamente:
Simetria nas rotações;
Boa dissociação entre quadril e tronco;
Alunos com respiração curta tendem a travar na torção.
Correção funcional: experimente utilizar a expiração como comando para “crescer e girar mais um pouco”, isso libera o gradil costal e ativa oblíquos.
5. Swimming: Coordenação em extensão com respiração ritmada
Apesar de ser um exercício de extensão, o Swimming exige uma respiração leve e coordenada para manter o alinhamento e evitar sobrecarga lombar.
Como orientar: o aluno deve manter a respiração fluindo suavemente durante os movimentos alternados de braços e pernas.
O que observar clinicamente:
Estabilidade lombar mesmo em extensão;
Sincronia dos movimentos cruzados;
Evitar prender o ar ou realizar apneia compensatória.
Correção funcional: se houver tensão ou colapso lombar, reduza a amplitude e reconecte com o centro usando respiração suave e consciente.
Conclusão: Respirar bem é comandar o corpo de forma inteligente
A respiração, quando bem aplicada, transforma a aula de Pilates. Ela se torna um comando verbal, uma ferramenta de correção postural e um instrumento terapêutico potente. Ensinar seus alunos a respirar com consciência é mais do que técnica, é estratégia clínica.
Na sua próxima aula, experimente começar com um pequeno exercício respiratório e observe o resultado: mais foco, mais presença e mais ativação do centro.
Porque no Pilates, quem domina a respiração, domina o movimento.
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