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Três exercícios de Pilates para melhora da dor no ombro: uma abordagem clínica baseada na biomecânica

Por Janaína Cintas

A dor no ombro é uma das queixas mais comuns no contexto ambulatorial, especialmente entre adultos ativos e praticantes de atividades físicas. A articulação glenoumeral, por apresentar ampla amplitude de movimento, exige uma complexa integração entre mobilidade, controle motor e estabilidade escapular. Quando essa sinergia se rompe, surgem padrões compensatórios que podem evoluir para disfunções como a síndrome do impacto, tendinopatias do manguito rotador e instabilidade crônica.

A aplicação de exercícios de Pilates com objetivo terapêutico permite intervir diretamente nos mecanismos que sustentam o funcionamento saudável da articulação do ombro. A seguir, apresentamos três exercícios fundamentais que podem ser utilizados com segurança em contextos de prevenção e reabilitação, desde que inseridos dentro de um raciocínio clínico coerente.


1. Arm Circles no Cadillac (com molas leves)

Este exercício tem como objetivo principal promover a mobilidade da articulação glenoumeral com ativação controlada da escápula, mantendo o alinhamento postural e a estabilidade do centro do corpo. É indicado para alunos com rigidez articular, dor leve ou falta de coordenação escapular.

A execução é realizada com o aluno em decúbito dorsal no Cadillac, segurando as alças conectadas a molas leves. Os braços devem executar círculos amplos, com atenção ao posicionamento das escápulas, evitando compensações como elevação excessiva dos ombros e extensão lombar.

Do ponto de vista clínico, este exercício favorece a dissociação entre cintura escapular e caixa torácica, contribuindo para a reorganização do movimento e a diminuição de padrões de tensão crônica.


2. Serratus Push-up (com ênfase no serrátil anterior)

O serrátil anterior é um músculo fundamental para a estabilidade da escápula na parede torácica. Sua fraqueza está associada a disfunções como escápula alada e instabilidade em elevação ativa dos membros superiores. O exercício conhecido como Serratus Push-up é uma estratégia eficaz para promover sua ativação.

Ele pode ser realizado na parede ou em posição de prancha (com apoio nos joelhos ou nos pés), mantendo os cotovelos estendidos. O movimento consiste na protrusão e retração das escápulas, com foco na fluidez e no alinhamento do tronco.

Este exercício é particularmente útil em fases iniciais de reabilitação, pois ensina o aluno a reconhecer o papel estabilizador da escápula antes de evoluir para gestos mais complexos.


3. Swimming (no solo ou no Reformer)

Este exercício promove estabilidade da cintura escapular em contextos de dissociação entre membros superiores e inferiores. Quando bem orientado, ativa a cadeia muscular posterior e melhora o controle motor global, sendo indicado para casos de fraqueza postural, alterações de tônus e padrões compensatórios toracolombares.

Sua execução consiste em deitar-se em decúbito ventral e elevar simultaneamente braço e perna contralaterais de forma alternada e ritmada, simulando o gesto de nado. A prática no solo pode ser iniciada sem carga, sendo posteriormente intensificada no Reformer, com uso de molas e controle do eixo central.

Cuidados devem ser tomados para evitar tensão cervical e arqueamento lombar. A progressão deve respeitar o nível de consciência corporal do aluno e a integridade da musculatura estabilizadora profunda.


Considerações Finais

A dor no ombro, quando não abordada com uma estratégia clínica estruturada, tende à cronicidade e pode comprometer significativamente a funcionalidade dos pacientes. O Pilates, ao combinar princípios de controle motor, respiração e alinhamento postural, se torna uma ferramenta eficaz na reeducação neuromuscular, desde que utilizado com critério e embasamento técnico.

Estes três exercícios oferecem caminhos seguros para restaurar a função articular, reduzir padrões de sobrecarga e aumentar a consciência corporal. No entanto, sua eficácia está diretamente relacionada à correta aplicação clínica e ao raciocínio biomecânico que orienta sua escolha.



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Referências Bibliográficas


  • Cintas, J. (2017). A Ciência do Pilates. São Paulo: Sarvier.

  • Neumann, D. A. (2011). Kinesiology of the Musculoskeletal System: Foundations for Rehabilitation. 2ª ed. Elsevier.

  • Kisner, C., & Colby, L. A. (2015). Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 6ª ed. São Paulo: Manole.



 
 
 

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